segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

~ 8ito Deitad8 ~

















Agora as páginas são tão macias porque o vazio escondido por todo este mosaico de brancos na folha de papel é preenchido por meus olhos que enfim me fazem sincero. Seguindo a alegria das minhas mais íntimas intuições encontrei no caderno a renovAção necessária para aliviar o mistério inevitável de minha existência. As frases não me salvam de vagar diante do fiscalizante risco que paira os impulsos mais arriscados, quero conhecer os medos, mas viver a coragem de querer mais além do óbvio. Respiro minha felicidade na gratidão por toda natureza da existência, constantemente. E reflito sobre a inexistência de uma religião, sobre a necessidade da inexatidão, e sobre o sol que quando bate na pedra do morro Dois Irmãos me faz sorrir instantaneamente.
Com quantos mistérios se faz um ser humano?

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

reencontrando...(me)















A Felicidade do Caminho

Faz dias tenho palavras e mais palavras a sobrevoar minhas possibilidades poéticas e prosaicas... mas me contenho, pra não bagunçar ainda mais a bagunça que eu mesmo estava a fazer. Tenho experimentado o prazer de me conhecer e me reconhecer, apaixonado, vivo na paixão pelo mundo em mim mesmo o arder deste desejo instigante de uma felicidade mais real que meus sonhos mais doces. A saudade parece me fermentar por estes dias, e fervo ao sol, nas horas que se estendem como roupas ao varal, e venta muito e não temo, abro os braços e abraço este mundo que é dentro e fora de mim ao mesmo tempo. Abraço com alegria toda a ventania e parece que sou varrido de mim mesmo e assim me reconheço nos meus eus que se esvoaçam, e me reciclo, como que descascando-me de antigas máscaras, agora inúteis, porque estou amando, amando de verdade, feliz por ser quem sou, me amando e me doando de verdade. Correndo contra o vento, a chuva e os relâmpagos a me fazer lembrar que aquilo é mais que real, aquilo é o que sou, vou deslizando na sopa de infinitos átomos enfrentando a turbulência como quem recebe uma dádiva, um encanto, uma possibilidade real de libertação, e continuo correndo, sentindo minhas pernas se fundirem com a paisagem dinâmica da tempestade que recicla toda porcaria da urbanidade... e todo meu lixo sentimental. Correr me faz voar e me libertar porque quando pulo entre as poças d'água no calçadão da praia em meio à chuva de verão sou todo emoção e sei que sou uma eterna e enérgica criança extremamente corajosa, audaciosa e feliz, apta às mais grandiosas realizações.

Uirá Felipe

domingo, 2 de dezembro de 2007

MutuOVIMENTO









O que será isso que procuro em você que não você mesmo? Tenho pensado em tu até quando não penso em coisa alguma, tem sido algo sintônico estar contigo, como um fazer parte da imprevisibilidade dos dias que incessantemente fluem como cataratas...


E o mundo nos cobra uma série de eventualidades, muitas das quais somos habilmente dispostos a cumprir sem dificuldades. Mas no peito algo inerente à este movimento das massas se faz presente em meu ser, minha interpretação da tua expressão, tua expressão da minha interpretação, tua interpretação da minha expressão, tua expressão da interpretação da minha expressão da minha interpretação da tua expressão assim sucessiva, indeterminada e infinitamente confluindo num mesmo paradoxo de semelhanças opostas....Talvez seja mesmo inútil traduzir ao mundo verbal minha exata condição de ser que te apaixonou e me apaixonou mutamente numa sintonia viva admirável. O sorriso que passei a expressar ao mundo agora é curvo como é curva a nossa imaginação ao se deparar com o horizonte, a mesma essência a curvar os mistérios que pairam nas tempestades do excesso dos pensamentos... Apesar das exatidões, somos inevitavelmente habitados por desafiosos mistérios.


E algumas palavras a mais podem ser que despertem, pode ser que assustem, pode ser que eu nunca saiba exatamente, não sei se quero saber porque o que quero é justamente este não sabendo à que você me conduz, indubitavelmente me encaminhando à uma dinâmica cinestésica com o universo que crio e que recebo.


Vejo você vivendo essa mesma sintonia e sorrio ao sentir que temos um Q de querer pulsando num mesmo compasso, que se mantém firme diante de inúmeros pluralismos existenciais a que estamos opcionalmente dispostos, temos essa pulsão por tudo aquilo que interage, agimos três vezes antes de pensar, falamos três vezes antes de ponderar... Vivemos catarses, vivemos inúmeros auges, infinitos clímaxes... Somos inteiramente jovens, e talvez seja esta a natureza da nossa paixão e compaixão e permissão mútuas...


A paz e a liberdade a ruflarem unidas como são as asas de uma garça a deslizar pela lagoa... O surfista, sua prancha e a onda; o escalador, sua corda e a pedra; o jogador, a bola e seu time:


_ Eu, você e o universo...


O agora é adianto!