O que será isso que procuro em você que não você mesmo? Tenho pensado em tu até quando não penso em coisa alguma, tem sido algo sintônico estar contigo, como um fazer parte da imprevisibilidade dos dias que incessantemente fluem como cataratas...
E o mundo nos cobra uma série de eventualidades, muitas das quais somos habilmente dispostos a cumprir sem dificuldades. Mas no peito algo inerente à este movimento das massas se faz presente em meu ser, minha interpretação da tua expressão, tua expressão da minha interpretação, tua interpretação da minha expressão, tua expressão da interpretação da minha expressão da minha interpretação da tua expressão assim sucessiva, indeterminada e infinitamente confluindo num mesmo paradoxo de semelhanças opostas....Talvez seja mesmo inútil traduzir ao mundo verbal minha exata condição de ser que te apaixonou e me apaixonou mutamente numa sintonia viva admirável. O sorriso que passei a expressar ao mundo agora é curvo como é curva a nossa imaginação ao se deparar com o horizonte, a mesma essência a curvar os mistérios que pairam nas tempestades do excesso dos pensamentos... Apesar das exatidões, somos inevitavelmente habitados por desafiosos mistérios.
E algumas palavras a mais podem ser que despertem, pode ser que assustem, pode ser que eu nunca saiba exatamente, não sei se quero saber porque o que quero é justamente este não sabendo à que você me conduz, indubitavelmente me encaminhando à uma dinâmica cinestésica com o universo que crio e que recebo.
Vejo você vivendo essa mesma sintonia e sorrio ao sentir que temos um Q de querer pulsando num mesmo compasso, que se mantém firme diante de inúmeros pluralismos existenciais a que estamos opcionalmente dispostos, temos essa pulsão por tudo aquilo que interage, agimos três vezes antes de pensar, falamos três vezes antes de ponderar... Vivemos catarses, vivemos inúmeros auges, infinitos clímaxes... Somos inteiramente jovens, e talvez seja esta a natureza da nossa paixão e compaixão e permissão mútuas...
A paz e a liberdade a ruflarem unidas como são as asas de uma garça a deslizar pela lagoa... O surfista, sua prancha e a onda; o escalador, sua corda e a pedra; o jogador, a bola e seu time:
_ Eu, você e o universo...
O agora é adianto!
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