Agora as páginas são tão macias porque o vazio escondido por todo este mosaico de brancos na folha de papel é preenchido por meus olhos que enfim me fazem sincero. Seguindo a alegria das minhas mais íntimas intuições encontrei no caderno a renovAção necessária para aliviar o mistério inevitável de minha existência. As frases não me salvam de vagar diante do fiscalizante risco que paira os impulsos mais arriscados, quero conhecer os medos, mas viver a coragem de querer mais além do óbvio. Respiro minha felicidade na gratidão por toda natureza da existência, constantemente. E reflito sobre a inexistência de uma religião, sobre a necessidade da inexatidão, e sobre o sol que quando bate na pedra do morro Dois Irmãos me faz sorrir instantaneamente.
Com quantos mistérios se faz um ser humano?
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